A história das bengalas e o significado de suas cores: Um caminho para a inclusão

As bengalas são ferramentas essenciais para a mobilidade e a autonomia das pessoas com deficiência visual. Mais do que um simples instrumento de apoio físico, elas são um símbolo de identidade, respeito e inclusão. 

 

Ao longo do tempo, a introdução de cores específicas ajudou a diferenciar os diversos tipos de deficiência visual, promovendo conscientização e acessibilidade.

 

 

O surgimento da bengala branca

 

A história da bengala branca remonta ao início do século 20, quando James Biggs, um fotógrafo britânico que perdeu a visão após um acidente, pintou sua bengala de branco para torná-la mais visível para motoristas e pedestres. Sua iniciativa inspirou muitas pessoas cegas, e em 1930, o Royal National Institute of Blind People (RNIB), instituição britânica dedicada às pessoas com deficiência visual, lançou uma campanha para popularizar a bengala branca como um símbolo universal da cegueira.

 

 

A evolução e diferenciação das cores

 

Com o passar dos anos, percebeu-se que a bengala branca não representava todas as necessidades das pessoas com deficiência visual, pois havia diferentes graus de visão residual. Assim, surgiram outras cores para auxiliar na identificação e garantir maior segurança.

 

  • Bengala branca com ponta Vermelha: Criada para identificar pessoas surdocegas, ou seja, que possuem tanto deficiência auditiva quanto visual. O uso da ponta vermelha alerta os outros sobre a necessidade de comunicação alternativa, como o alfabeto manual e sinais táteis.


  • Bengala Verde: Destinada a pessoas com baixa visão, ou seja, aquelas que possuem alguma percepção visual, mas precisam de auxílio para se locomover com segurança. Sua adoção ajudou a conscientizar a sociedade sobre a existência de diferentes níveis de deficiência visual.


  • Bengala Azul: Embora menos comum, a bengala azul também é utilizada para indicar baixa visão, especialmente em condições específicas, como a degeneração macular. Assim como a verde, essa cor reforça a importância da atenção e respeito no convívio social.

 

 

O impacto social das bengalas

 

As bengalas não são apenas instrumentos de mobilidade, mas também meios de comunicação que auxiliam na interação entre seus usuários e o ambiente. 

 

A distinção por cores educa a população sobre as necessidades de cada indivíduo, incentivando uma postura mais respeitosa e inclusiva.

 

Além disso, a identificação das bengalas é crucial para tornar espaços públicos mais acessíveis, como ruas, praças e transporte. Isso permite que pessoas com deficiência visual se desloquem com maior independência e segurança, ao mesmo tempo em que promove um ambiente social mais empático.

 

Para que as bengalas cumpram seu papel de inclusão, é essencial que haja informação e respeito por parte da sociedade. A educação sobre o significado das cores é um passo fundamental para garantir interações mais adequadas com as pessoas com deficiência visual. Além disso, medidas como calçadas sem obstáculos, transporte adaptado e sinalização acessível são imprescindíveis para promover uma maior inclusão.

 

Outro aspecto importante é a autonomia dos usuários. Muitas vezes, bem-intencionadas, algumas pessoas tentam oferecer ajuda sem perceber que isso pode ser invasivo ou inadequado. É essencial respeitar o espaço e oferecer assistência apenas quando solicitada, garantindo que as interações sejam respeitosas e sensíveis às necessidades de cada indivíduo.

 

 

Independência e dignidade

 

Com os avanços tecnológicos e sociais, as bengalas continuarão desempenhando um papel fundamental na vida das pessoas com deficiência visual. Elas representam independência e dignidade, permitindo que seus usuários transitem com segurança e confiança.

 

A diferença de cores reflete a compreensão das diversas condições visuais e a necessidade de uma abordagem personalizada. 

 

Assim, a sociedade deve continuar a investir na conscientização e no desenvolvimento de soluções inovadoras para garantir a acessibilidade plena.

 

Ao respeitar e compreender o significado das cores das bengalas, damos um passo importante rumo à verdadeira inclusão, onde todas as pessoas tenham igualdade de oportunidades e possam se deslocar livremente.

Mari Chagas

Mari Chagas

Jornalista

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Sou jornalista, uma mulher com deficiência que vive com paralisia cerebral. Aprendi a transformar meus desafios em inspiração. Sou influencer digital PCD de Americana, interior de SP.

 

Amo comunicação, estudo jornalismo e tenho uma grande paixão por narrativas autênticas. Produzo conteúdos e publico em jornais, além de ser ativa nas redes sociais e aqui na minha coluna. Adoro arte em todas as suas formas de expressão, dança, leitura e escrita. Aprecio viajar e participar de aventuras radicais. Meu lema de vida é: “viva intensamente!”.

 

Minha determinação é destacar vozes que merecem ser ouvidas, através do meu trabalho que também é meu propósito de vida. Conecte-se comigo no Instagram @mari_chagasoficial.

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