Simples passeio ou um perigo?

Como seria a vida se cada passeio se transformasse em um desafio?

 

Pois é, uso cadeira de rodas, mesmo sendo motorizada, ainda é desafiador. Pensava que a tecnologia iria me proporcionar liberdade de mobilidade e mais autonomia, porém, esbarrei com a falta de guias rebaixadas nas calçadas. A luta pela liberdade se tornou uma constante batalha não só para mim.

 

As guias rebaixadas são rampas que facilitam a travessia, sem elas, sou forçada a descer e subir da calçada pela rua, junto com os carros. Isso é perigoso e estressante para mim, minha família – que precisa me acompanhar antecipando que precisarei de ajuda, e também para o trânsito. E quando existe a guia rebaixada para entrar na calçada, mas não para sair ou está com buraco, o problema persiste. Cada saída de casa vira um percurso de obstáculos, aumentando o risco de acidentes.

 

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), determina que as vias públicas devem ser acessíveis a todos, incluindo guias rebaixadas. No entanto, muitas cidades ainda não cumprem essa legislação e prejudica nossa mobilidade, liberdade e segurança.

 

A falta de acessibilidade também tem um impacto social profundo, pois sem ruas adaptadas, muitos são excluídos de muitas atividades cotidianas, o que limita a possibilidade de independência e participação plena na sociedade. Você já deve ter visto uma mãe com carrinho de bebê ou um idoso com dificuldades de mobilidade. As guias rebaixadas beneficiariam a todos.

 

 

Investir em acessibilidade é pensar em uma cidade mais justa e inclusiva.

 

É urgente que nossos governantes e urbanistas priorizem a acessibilidade universal para que todos possam usufruir do direito de ir e vir com segurança e dignidade.

 

 

O artigo acima é uma republicação de um texto da Colunista para o jornal “O Liberal” em versão impressa
Edição: Nº17.559, Ano 73
Publicado em: Quinta-ferita, 21 de novembro de 2024
Americana – SP
Mari Chagas

Mari Chagas

Jornalista

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Sou colunista da Mosaiky, uma mulher com deficiência que vive há 28 anos com paralisia cerebral. Aprendi a transformar meus desafios em inspiração. Sou influencer digital PCD de Americana, interior de SP.

 

Amo comunicação, estudo jornalismo e tenho uma grande paixão por narrativas autênticas. Produzo conteúdos e publico em jornais, além de ser ativa nas redes sociais e aqui na minha coluna. Adoro arte em todas as suas formas de expressão, dança, leitura e escrita. Aprecio viajar e participar de aventuras radicais. Meu lema de vida é: “viva intensamente!”.

 

Minha determinação é destacar vozes que merecem ser ouvidas, através do meu trabalho que também é meu propósito de vida. Conecte-se comigo no Instagram @mari_chagasoficial ou por e-mail: marichagas@mosaiky.com.br.

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