Para que a democracia represente todas as parcelas da sociedade, é essencial a inclusão de pessoas com deficiência (PcDs) na política.
A frase “Nada Sobre Nós, Sem Nós”, resume essa demanda por justiça: as decisões públicas impactam a vida dos PcDs, portanto, precisam participar diretamente e trazer suas perspectivas ao centro das discussões e decisões.
A presença de PcDs em posições políticas deve ultrapassar o simbolismo e permitir que as políticas públicas reflitam de fato a realidade dessa população.
Pessoas sem deficiência podem se esforçar para entender as necessidades dos PcDs, mas apenas aqueles que vivem essa experiência conseguem compreender plenamente as barreiras e desafios diários.
A representatividade PcD nessas discussões traz conhecimento prático, humanizado, o que pode resultar em políticas que não se limitam a adaptações pontuais, mas buscam transformações estruturais necessárias.
Apesar da importância dessa representatividade, PcDs enfrentam obstáculos para ingressar e se manter na política. O capacitismo estrutural e a falta de acessibilidade nas campanhas, infelizmente, tornam os espaços inacessíveis as PcDs.
A sociedade e os partidos frequentemente também subestimam o poder de liderança dos PcDs e assim limitam o apoio e os recursos para suas campanhas.
Outra observação importante é sobre os eleitores PcDs: faltam materiais acessíveis, como informações em braille ou com audiodescrição, o que restringe seu acesso completo ao processo eleitoral e limita sua participação.
Representatividade
Nos Estados Unidos, figuras como Tammy Duckworth, senadora e veterana que utiliza cadeira de rodas, mostra como PcDs podem contribuir com uma perspectiva importante e promover políticas inclusivas.
No Brasil, embora a representatividade PcD ainda seja restrita, alguns políticos levantam pautas de acessibilidade e inclusão, assim inspiram outros a ocupar esses espaços para promover mudanças.
O Brasil, por exemplo, já possui algumas normas que orienta a acessibilidade nas campanhas, como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). No entanto, é necessário fortalecer essa lei, desde sua aplicação, à conscientização dos envolvidos. Partidos políticos e órgãos eleitorais também precisam investir em treinamentos para capacitar equipes e garantir as PcDs ambientes acolhedores e adaptados em todos os processos eleitorais.
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) estabelece diretrizes para adaptação de espaços e de materiais de campanha.
Partidos e órgãos eleitorais devem também investir em treinamentos e adaptações que garantam um ambiente acolhedor e acessível para PcDs durante o processo eleitoral.
Deficiência não significa incapacidade, e reconhecer a capacidade de liderança dos PcDs ajuda a criar uma política mais inclusiva e a romper preconceitos. Ter PcDs em cargos políticos redefine as expectativas sociais, abre caminho para uma visão inclusiva de liderança e participação.
Nada Sobre Nós, Sem Nós: Um Futuro Inclusivo
O lema “Nada Sobre Nós, Sem Nós”, reforça que PcDs devem ser agentes ativos na construção de políticas que os afetam. Não são apenas destinatários, mas protagonistas. Uma sociedade realmente inclusiva precisa de lideranças que reflitam sua diversidade em toda a complexidade, com vozes que representem e inspirem todos os cidadãos. A presença de PcDs na política torna o sistema democrático mais justo e fortalece a ideia de que todos têm o direito de participar como cidadãos, liderar e de serem ouvidos.