MACAQUINHOS – SUBTU

No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na Ilha de Marajó, no estado do Pará. A cerâmica marajoara evidencia a avançada cultura indígena que floresceu na ilha. Estudos arqueológicos, contudo, indicam a presença de uma cerâmica mais simples, sendo possível afirmar que tenha sido criada na região amazônica por volta de cinco mil anos atrás. Hoje a indústria cerâmica brasileira representa cerca de 1% no PIB Nacional, sendo aproximadamente 40% desta participação pelo setor de cerâmica vermelha, também conhecida por cerâmica estrutural, onde são produzidas telhas, tijolos e blocos cerâmicos.  

 

Apesar do impacto no crescimento econômico, a indústria de cerâmica estrutural é responsável por diversos impactos ambientais, desde a extração de matéria-prima gerando erosão e modificando paisagens, uso de fonte energética através da queima, geração de resíduos e efeitos poluidores em partículas em suspenção, efluentes líquidos, cinzas, gases de exaustão, sedimento e cerâmicas quebradas. Através do uso da última, Subtu traz dos muros, paredes, cozinhas e banheiros os restos de azulejos coletados para formar o quebra cabeça que é pensar o desenvolvimento de forma sustentável.  

 

Unidos por um telefone com fio, as falas dos visitantes se espalham pela cabeça do macaco Yoko, reproduzindo do outro lado os pensamentos que passam pelas linhas que nos conectam. No uso da linguagem e do viés discursivo entendemos o mundo e agimos sobre ele simbolicamente, atravessados pelo inconsciente, o interdiscurso, a história e pelo conjunto de circunstâncias sociais, históricas e simbólicas que criam condições para produzirmos sentidos, legitimam posturas ideológicas de interpretação, servindo de fio condutor entre dizeres do passado e enunciados do presente. Esse é o convite de MaCaquinhos: Redizer, reproduzir, repensar e reconstruir com nossos cacos as condições para os predicados do futuro. 

423 azulejos quebrados 

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