ANGRA – FÁBIO SOUZA

No topo da cadeia alimentar e precisando de grandes áreas preservadas para sobreviver, a onça sempre foi importante nas ações de conservação ambiental. Para os cientistas, sua presença indicava que uma região oferecia boas condições para a sobrevivência. Quando chega a pecuária, a exploração madeireira, as monoculturas, a mineração e o garimpo ilegal, as onças são “tocadas pra longe”. Se a presença de grandes carnívoros implica um ecossistema rico e saudável, para os indígenas, esse animal é um dos mais antigos do mundo, em um estado avançado de compreensão do tempo.  

 

Para os Baniwa, Dzawi (onça) é uma entidade que empresta ao mundo e aos outros seres a sua força destruidora, acessada por meio de pajés tradutores desses dois universos, desse ser ancestral para contar os ciclos de fim de mundo que já existiram e que podem voltar a existir se a gente não tomar cuidado. No mito Tupinambá, restaurado pelo escritor Alberto Mussa em Meu Destino É Ser Onça, o apocalipse aconteceria quando Sumé, um indígena ancestral, transformado na grande a onça celeste, devorasse a lua, apagando a luz da noite, extinguindo a humanidade.  

 

Seu nome homenageia Angra, deusa do fogo e da metalurgia Guarani, com cabelos ruivos ou loiros como o amanhecer. Seu coração generoso e solidário é protetor da tribo contra seus inimigos. 

150 kg de restos de serralheria

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