Inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho: um caminho de adaptação e oportunidades

Quantas pessoas com deficiência (PCDs) você encontra em seu ambiente de trabalho trabalhando? Uma, duas, dez ou, talvez, nenhuma? Agora pense em quantos profissionais sem deficiência trabalham ao seu lado. Essa disparidade reflete uma realidade complexa. Segundo o IBGE (censo de 2022), cerca de 18,6 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, o que representa aproximadamente 8,4% da população total. No entanto, a participação de PCDs no mercado de trabalho ainda é desproporcional.

 

Apesar da “Lei de Cotas” (Lei nº 8213/1991), que obriga empresas com mais de 100 funcionários a destinarem de 2% a 5% de suas vagas para PCDs, menos de 27% dessa população está inserida no mercado de trabalho formal.  Se há uma lei que torna obrigatória a empregabilidade de PCDS, por que a inclusão ainda enfrenta tantos desafios?

 

 

O desafio das adaptações no ambiente corporativo

 

Muitas empresas contratam PCDs apenas para cumprir a lei e foca na contratação de pessoas com deficiências “leves” para evitar grandes adaptações no ambiente de trabalho e contratação de auxiliares e equipe multidisciplinar. Essa atitude limita as oportunidades para profissionais PCDs qualificados, devido à falta de acessibilidade, ou seja, ajustes estruturais, como rampas, banheiros adaptados, mesas ajustáveis e tecnologias assistivas, falta de equipe de apoio, programas de educação corporativa sobre PCDs e de integração.

 

Além das adaptações físicas, é preciso superar o preconceito que associa deficiência à ineficiência.

 

Na prática, muitos PCDs acabam em cargos subalternos, mesmo que possuam total capacidade para exercer funções de liderança, entre outras funções especializadas. A inclusão de verdade exige mais do que ambientes acessíveis; requer oportunidades de crescimento, integração e desenvolvimento profissional.

 

 

Mosaiky: uma empresa 360° inclusiva

 

Diante desse contexto excludente do mercado de trabalho para PCDs, tenho orgulho de trabalhar na Mosaiky, considerada uma empresa 360° Inclusiva, pois todos os colaboradores são PCDs. Afirmo que trabalhar em um ambiente assim é extremamente gratificante. Estou cercada por profissionais qualificados e apaixonados pelo que fazem, que demonstram diariamente que a deficiência não é um obstáculo para o sucesso, mas sim um motor de inovação e resiliência.

 

A Mosaiky valoriza a inclusão de forma genuína, é formada por um ambiente onde todos têm oportunidades iguais de crescimento. Participar dessa equipe é uma realização pessoal e profissional, pois sinto-me honrada em fazer parte de uma organização que também está transformando a visão do mercado sobre as pessoas com deficiência.

 

 

Adaptabilidade: um diferencial valioso

 

As PCDs possuem uma habilidade que o mercado de trabalho valoriza cada vez mais: a adaptabilidade. A capacidade de se ajustar a diferentes desafios faz parte da vida das pessoas com deficiência, tornando-as profissionais versáteis, resilientes e criativas.

 

Muitas empresas ainda perdem a chance de contratar talentos extraordinários porque não estão preparadas para receber esses profissionais. A falta de adaptação no ambiente de trabalho impede que PCDs mostrem todo o seu potencial, mas isso não reflete falta de competência das pessoas, e sim de preparação das empresas para empregar tal público.

 

 

Educação e qualificação: um caminho para a inclusão

 

A inclusão também depende da qualificação. Segundo o Censo da Educação de 2022, apenas 7% das PCDs concluíram o ensino superior. Porém, com a Lei nº 13.409/2016, que reserva vagas em universidades para PCDs, essa realidade está sendo mudada, com ofertas de oportunidades de educação e de qualificação profissional.

 

Mesmo com as oportunidades, a falta de infraestruturas e apoio aos alunos PCDs, fazem com que esse público procure o ensino EAD ou desista de realizar curso superior, por acharem que seus esforços serão em vão, pela falta de vagas especializadas no mercado de trabalho.

 

A verdadeira inclusão no mercado de trabalho vai além de cumprir cotas. Ela transforma! É necessário reconhecer o valor da diversidade e entender que as pessoas com deficiência trazem habilidades essenciais para qualquer ambiente profissional. Estou feliz em fazer parte dessa mudança, sabendo que, na Mosaiky, a inclusão é uma prática real e transformadora.

 

Se você ainda não chegou aonde deseja no mercado, lembre-se: prepare-se, usufrua de seus direitos para qualificação profissional e certifique-se que assim, se não conseguir oportunidade, não será devido à falta de competência, mas sim porque o mercado precisa passar por adaptações para reconhecer seu valor. A inclusão está em progresso, e juntos estamos construindo um futuro em que a deficiência não é sinônimo de incapacidade. Portanto, sigamos tentando fazer valer nossos direitos!

 

 

Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”

– Thomas Edison

Mari Chagas

Mari Chagas

Jornalista

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Sou colunista da Mosaiky, uma mulher com deficiência que vive há 28 anos com paralisia cerebral. Aprendi a transformar meus desafios em inspiração. Sou influencer digital PCD de Americana, interior de SP.

 

Amo comunicação, estudo jornalismo e tenho uma grande paixão por narrativas autênticas. Produzo conteúdos e publico em jornais, além de ser ativa nas redes sociais e aqui na minha coluna. Adoro arte em todas as suas formas de expressão, dança, leitura e escrita. Aprecio viajar e participar de aventuras radicais. Meu lema de vida é: “viva intensamente!”.

 

Minha determinação é destacar vozes que merecem ser ouvidas, através do meu trabalho que também é meu propósito de vida. Conecte-se comigo no Instagram @mari_chagasoficial ou por e-mail: marichagas@mosaiky.com.br.

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