O que significa viver intensamente para você?
Essa pergunta ganhou um novo sentido quando fiz rapel pela primeira vez, de cadeira de rodas e com toda a segurança, em Mariporã-SP, no último dia 30 de agosto.
Vídeo: Reprodução instagram @erikamarthi
Estava acompanhada pela turma incrível do projeto “Inclusão Radical” e pela família “Pernas da Alegria”, um instituto que atua na inclusão de pessoas com deficiências em Americana-SP. Comigo estavam mais 14 aventureiros que viveram essa emoção!
Aquele momento que vivi, não era só sobre descer uma montanha; era sobre desafiar meus limites, descobrir do que sou realmente capaz, e viver algo novo que nunca vivi e que jamais esquecerei.
Imagine-se no topo de um penhasco, o coração acelerado, um misto de medo misturado com excitação. A vista lá de cima era espetacular, mas também intimidante. Senti uma mistura de ansiedade e coragem, no momento que estava prestes a fazer algo que nunca havia feito antes.
Minha mãe estava lá comigo, acompanhou tudo de perto. Apesar de toda a coragem que ela sempre demonstrou, naquele momento o medo foi maior. Ela decidiu não olhar enquanto eu descia, e eu sabia o quanto isso significava para ela. Ela quis me proteger, mas também sabia que precisava me deixar viver essa experiência por conta própria.
E foi exatamente isso que ela fez. Quando voltei vi a expressão dela. Estava emocionada. Não só porque eu havia conseguido, mas porque eu estava feliz. Foi um dos momentos mais marcantes dessa minha experiência. Ter minha mãe ali dando apoio, mesmo com todo o medo, permitiu que eu vivesse algo único. O amor dela, a confiança que depositou em mim, mesmo em um momento de tanta apreensão, foi algo que me tocou profundamente. Senti que, ao me deixar seguir em frente, ela estava, de certa forma, vivendo essa aventura junto comigo.
Mas essa experiência não foi só sobre eu e a minha mãe. Antes e durante todo o processo, o pessoal da Inclusão Radical fez toda a diferença. Desde o momento em que cheguei, eles foram incrivelmente carinhosos e atenciosos. Cada palavra de incentivo, cada gesto de cuidado, fez com que eu me sentisse totalmente segura. Eles garantiram que tudo estivesse tecnicamente perfeito e criaram um ambiente de acolhimento que me deu confiança para seguir em frente. Ofereceram suporte físico e emocional. Eu sabia que, independentemente do que acontecesse, estariam lá para me apoiar.
Conforme eu descia, cada metro parecia uma pequena vitória. O vento no rosto, o silêncio da natureza ao meu redor, tudo contribuía para uma sensação de liberdade que eu nunca havia experimentado antes.
Estar suspenso entre o céu e a terra, realizando algo tão ousado, trouxe uma paz indescritível. E quando finalmente toquei o chão, fui tomada por uma emoção tão intensa que meus olhos se encheram de lágrimas. Não eram lágrimas de alívio, mas de pura gratidão e alegria.
Eu tinha feito algo que nunca imaginei ser possível, e a sensação de realização era simplesmente indescritível.
Ao olhar ao redor, pude ver a beleza surreal de Mariporã. Montanhas verdes, o som do rio correndo ao fundo, o canto dos pássaros… Era como se a natureza celebrasse comigo. E naquele momento, senti a presença de Deus de uma forma tão forte que era impossível ignorar. Como se ele estivesse ali, ao meu lado, comemorando essa conquista junto comigo. Foi um momento de conexão profunda com a natureza e algo maior. Senti que tudo estava em perfeita harmonia, e que eu estava exatamente onde deveria estar.
Essa experiência me ensinou algo que quero compartilhar com você: coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de enfrentá-lo de cabeça erguida. É sobre reconhecer que o medo faz parte da jornada, mas não permitir que ele te impeça de seguir em frente. Viver intensamente significa se permitir experimentar o novo, se jogar de cabeça, mesmo quando não sabemos exatamente o que nos espera.
Fazer rapel de cadeira de rodas foi mais do que uma atividade radical; foi um lembrete poderoso de que a vida é curta demais para ser vivida com medo. Se eu tivesse deixado o medo me dominar, jamais teria sentido a alegria, a conexão com a natureza, a presença de Deus, e, acima de tudo, o amor e o apoio incondicional da minha mãe de uma forma tão profunda.
Então, deixa eu te perguntar: o que tem te impedido de viver plenamente? Quais são os medos que te seguram? Não deixe que eles te impeçam de viver experiências que podem transformar a sua vida. A vida é um presente incrível, cheia de surpresas que esperam para serem desvendadas. Não deixe que o medo te roube essa oportunidade. Abrace a aventura, confie na sua capacidade de superar desafios, e lembre-se de que, no final, são esses momentos que fazem com que nos sintamos verdadeiramente vivos.
Eu sei, jogar-se de um penhasco com apenas uma corda pode parecer insano, mas a verdade é que, muitas vezes, é exatamente essa dose de loucura que precisamos para nos sentirmos completos. Arrisque, viva, sinta. Porque, no final das contas, a vida é sobre isso: sobre as emoções, as conquistas e, acima de tudo, sobre a coragem de viver cada dia como se fosse o último. Então, o que você está esperando?
Certa vez um autor desconhecido fez uma pergunta que deixo para você agora: “Quando foi a última vez que você fez algo novo pela primeira vez?”
Te deixo esse desafio! Aventure-se!
